terça-feira, 30 de agosto de 2011

SOLIDÃO
(Aíla Sampaio)

Há muito pra esquecer:
paredes retintas
cicatrizadas nas retinas,
a confusão de vozes na varanda
o entra e sai de gente compadecida.
Tantas coisas pra não lembrar
e que insistem em viver
nos destroços da minha memória!

Fosse fácil não ter medo
eu voltaria no tempo
pra pegar a menina que eu fui
e colocá-lo no colo.
Para sempre órfã, ela sabia...
e escondeu-se em si mesma
como se se bastasse...
ninguém a protegeu daquela dor
silenciosa e seca;
ninguém viu sua solidão
fazer-se eterna naquele dia.

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