quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MORTE DO SONETO
(Raimunda Murta)

Forma fixa, prisioneira de caprichos.
Em ti a arte se reduz,
Não mais que dez mais quatro
Para encerrar sombra e luz.

Linhas decassílabas, e pronto!...
O sentimento em número se transforma.
Tens que caber nessa sequência,
Pois obedeces a uma fixa forma.


És clássica, estás no passado
Com o ourives que te torna
Uma jóia declarada.

Em ânsia de fechar-se em quatro,
Nos limites da forma estagnada,
Morre o soneto... sufocado.

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