domingo, 28 de agosto de 2011

ÁGUA DOCE DO RIO
(Terê Penhabe)

A água do rio é doce
só até chegar no mar,
pois quer queira ou não queira
ele sempre há de chegar.
E ele vem petulante,
certo de que irá adoçar
com sua mansidão de longe
toda a violência do mar.
Ao perceber seu engano
se enfurece e quer voltar,
mas é sempre muito tarde
que a pororoca se dá.
O mar, em contradição,
abre os braços e o recebe
no melhor do coração
como o amor que lhe apetece.
Nessa suave união
corpos se banham felizes
sentindo o sal do mar
e a mansidão do aprendiz.
Que sem ter pra onde ir
aceita seu novo destino
vai entrando com carinho
no gigante tão humilde.
Essa magia tão bela
que ao rio, o mar aquartela
vale a pena conhecer.
Sentir na alma e na pele
a carícia inconfundível
de águas doces que se salgam
deixando então de ser rios.

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