quarta-feira, 27 de abril de 2011

O SONETO
(Vivaldo Bernardes de Almeida)

São apenas quatorze os versos do soneto,
sacrário misterioso do mágico poeta
quando supera o músico e o seu minueto
e, do alto do soneto, vê a sua joia completa

garimpada no imo extremo do seu Cord,
relicário das mais profundas emoções,
condimento dosado em doridas poções
que nos fazem ouvir um mavioso acorde.

Do diminuto espaço, entornam grandes dores,
derrama-se a saudade, explode a paixão...
e dos olhos do poeta pingam os amores

perdidos nas entranhas do seu coração,
embora ainda exalem os mesmos odores
e o morno calor dum mui antigo vulcão.

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