NECESSIDADE
(Andrea Joy)
Necessito da inspiração dos poetas,
De suas vozes discretas
Proferidas por seus corações.
Necessito da paixão dos amantes,
Da sedução do antes,
Da conquista, da insensatez...
Necessito da submissão das mulheres,
De seus pilares, de suas vaidades,
De suas verdades incontestes,
De suas intempéries.
Necessito do lampejo envolto de desejos,
Das gargalhadas escancaradas
De quando estamos apaixonados.
Subitamente, necessito
Colocar você numa redoma de vidro
Para entregar-lhe os fragmentos
De todos os meus sentimentos.
Depois, olharei em seus olhos
E neles verei refletido o brilho
Dessa verdade nítida,
Dessa necessidade louca,
De que você me beije na boca
E faça parte da minha vida.
"A poesia é mais fina e mais filosófica do que a história; porque a poesia expressa o universo, e a história somente o detalhe." (Aristóteles)
quarta-feira, 27 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
BARAFUNDA
(Joésio Menezes)
As bundas que abundam
inundam as mentes
que não fecundam,
ou que simplesmente fecundam
o que não dizem as bundas,
o que não compreendem as mentes.
E em meio a essa barafunda,
o homem, achando-se onipotente,
em seus pensamentos se aprofunda
buscando entender por que as bundas
inundam as mentes infecundas,
sem ao menos saber, tão somente,
o que são “bundas que abundam”
e porque inundam tantas mentes.
(Joésio Menezes)
- ao poeta Vanilson Reis -
As bundas que abundam
inundam as mentes
que não fecundam,
ou que simplesmente fecundam
o que não dizem as bundas,
o que não compreendem as mentes.
E em meio a essa barafunda,
o homem, achando-se onipotente,
em seus pensamentos se aprofunda
buscando entender por que as bundas
inundam as mentes infecundas,
sem ao menos saber, tão somente,
o que são “bundas que abundam”
e porque inundam tantas mentes.
domingo, 24 de julho de 2011
RETRATO
(Cecília Meireles)
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?
(Cecília Meireles)
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?
sábado, 23 de julho de 2011
SAUDADE
(Adenir José de Oliveira)
Saudade, porque me deixas?
Saudade, porque te vais?
Saudade de um amor,
Saudade não passa mais.
Saudade foi de mansinho,
Deixou-me na solidão
Saudade, minha companheira,
Não abandones meu coração.
Um dia a saudade volta
E começa tudo novamente:
Meu coração a chorar
E a saudade seguindo em frente.
A saudade anda no ritmo
Do giro de nosso mundo,
Ela vai e volta sempre
Deixando um vazio profundo.
Assim mesmo, prefiro a saudade
À dor da solidão,
Pois ela enche-me de lembranças
Dando forças ao meu coração.
(Adenir José de Oliveira)
Saudade, porque me deixas?
Saudade, porque te vais?
Saudade de um amor,
Saudade não passa mais.
Saudade foi de mansinho,
Deixou-me na solidão
Saudade, minha companheira,
Não abandones meu coração.
Um dia a saudade volta
E começa tudo novamente:
Meu coração a chorar
E a saudade seguindo em frente.
A saudade anda no ritmo
Do giro de nosso mundo,
Ela vai e volta sempre
Deixando um vazio profundo.
Assim mesmo, prefiro a saudade
À dor da solidão,
Pois ela enche-me de lembranças
Dando forças ao meu coração.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
TEU OLHAR
(Kora Lopes)
Gosto de te ver me olhando
Ansiosamente, sem nada falar...
Gosto de te ver me amando
Apenas com os olhos, sem se declarar.
No entanto, esse teu olhar
Me enche de ansiedade,
Um desejo de te amar
Apesar da tua idade.
Saber que alguém me quer,
Pensa em mim com muito afã,
Faz-me sentir mais mulher
E me esquecer do amanhã...
Por que pensar no amanhã
Se no meu não hás de estar
E jamais irás saber
Que perturbou-me teu olhar?...
(Kora Lopes)
Gosto de te ver me olhando
Ansiosamente, sem nada falar...
Gosto de te ver me amando
Apenas com os olhos, sem se declarar.
No entanto, esse teu olhar
Me enche de ansiedade,
Um desejo de te amar
Apesar da tua idade.
Saber que alguém me quer,
Pensa em mim com muito afã,
Faz-me sentir mais mulher
E me esquecer do amanhã...
Por que pensar no amanhã
Se no meu não hás de estar
E jamais irás saber
Que perturbou-me teu olhar?...
terça-feira, 19 de julho de 2011
ANTIGAMENTE ERA ASSIM...
(Hilda Persiani)
Depois do cochilo costumeiro da tarde,
Diante do espelho, as vaidosas mocinhas,
Davam seu último retoque e com alarde,
Saiam com as amigas. Nunca sozinhas ...
Na esperança que na Confeitaria elegante,
Como naquele tempo era de costume,
Encontrassem um belo rapaz galante,
Que ao vê-las belas, sentindo seu perfume,
Entre todas, por uma delas se encantasse
E se aproximando, com o peito a ofegar,
Com a voz embaraçada lhe dissesse:
“Você é a moça que elegi para minha rainha,
Com os seus lindos olhos vivo a sonhar,
Se você quiser, serei seu e você será minha!...”
(Hilda Persiani)
Depois do cochilo costumeiro da tarde,
Diante do espelho, as vaidosas mocinhas,
Davam seu último retoque e com alarde,
Saiam com as amigas. Nunca sozinhas ...
Na esperança que na Confeitaria elegante,
Como naquele tempo era de costume,
Encontrassem um belo rapaz galante,
Que ao vê-las belas, sentindo seu perfume,
Entre todas, por uma delas se encantasse
E se aproximando, com o peito a ofegar,
Com a voz embaraçada lhe dissesse:
“Você é a moça que elegi para minha rainha,
Com os seus lindos olhos vivo a sonhar,
Se você quiser, serei seu e você será minha!...”
segunda-feira, 18 de julho de 2011
CÁRCERE
(Vivaldo Bernardes de Almeida)
Preso estou na clausura imensurável
desta vida, se isto for viver.
Já me força a mente insanável,
da poesia os meus versos escrever.
Diz refrão “não há bem que não se acabe”,
diz também “não há mal que sempre dure”.
Antes que outro mal se me desabe
rogo a Deus dos que tenho qu´eu me cure.
Nada mais neste mundo já me resta,
na prisão com grades de ferro bruto,
vivo eu na tristeza que me infesta.
E no mais o que sobra é a esperança
de um dia acabar o amargo fruto
e sair da borrasca à bonança.
(Vivaldo Bernardes de Almeida)
Preso estou na clausura imensurável
desta vida, se isto for viver.
Já me força a mente insanável,
da poesia os meus versos escrever.
Diz refrão “não há bem que não se acabe”,
diz também “não há mal que sempre dure”.
Antes que outro mal se me desabe
rogo a Deus dos que tenho qu´eu me cure.
Nada mais neste mundo já me resta,
na prisão com grades de ferro bruto,
vivo eu na tristeza que me infesta.
E no mais o que sobra é a esperança
de um dia acabar o amargo fruto
e sair da borrasca à bonança.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
DOCE FIGO
(Raquel Alves)
Minhas sanhas e manhas
Violam os teus sentidos,
Dando vazão ao teu tesão!
Sou fonte inesgotável de delícias
Em que chovem tuas carícias
E experimentamos tantas malícias!
Tuas mãos guiam minhas vontades.
Meu figo aberto, úmido e vermelho
Quer ser degustado e devorado
Pela fome insaciável
Da tua língua lasciva e faceira.
Depois, brincarei com o teu brinquedo
Com carinhos libidinosos e voluptuosos,
Despertando em teu corpo
Um arquipélago de desejos...
Nossas mãos em luxúria seguem nos buscando...
Entorpecido e arfante dominas meu corpo
E encharcas meu figo com o creme da tua Paixão!
Ela escorre, alucina, paralisa...
E nesse instante delirante,
Ofegantes e trêmulos,
Nos tornamos apenas UM
E explodimos outra vez...
Num Prazer desvairado e desmedido,
Ao som do nosso último grito!!!
(Raquel Alves)
Minhas sanhas e manhas
Violam os teus sentidos,
Dando vazão ao teu tesão!
Sou fonte inesgotável de delícias
Em que chovem tuas carícias
E experimentamos tantas malícias!
Tuas mãos guiam minhas vontades.
Meu figo aberto, úmido e vermelho
Quer ser degustado e devorado
Pela fome insaciável
Da tua língua lasciva e faceira.
Depois, brincarei com o teu brinquedo
Com carinhos libidinosos e voluptuosos,
Despertando em teu corpo
Um arquipélago de desejos...
Nossas mãos em luxúria seguem nos buscando...
Entorpecido e arfante dominas meu corpo
E encharcas meu figo com o creme da tua Paixão!
Ela escorre, alucina, paralisa...
E nesse instante delirante,
Ofegantes e trêmulos,
Nos tornamos apenas UM
E explodimos outra vez...
Num Prazer desvairado e desmedido,
Ao som do nosso último grito!!!
domingo, 10 de julho de 2011
DE REPENTE...
(Aurenice Vítor)
De repente o meu tempo se esgotou
E tu não me disseste nada...
Não te toquei, não te beijei
E já era madrugada.
Tu apenas me olhaste
Triste, frio como o orvalho lá fora.
Noite clara, Lua cheia,
Madrugadinha... e eu indo-me embora.
De repente meu tempo se esgotou
E tu não me disseste nada...
Não reclamaste minha ausência
Nem minha dor tão calada!
O carinho frio do beijo,
Minha falta de desejo,
Tudo culpa dessa vida infame,
Daquele álcool ingerido,
Do telefonema anônimo
Que tu já havias esquecido.
Tudo conspirando contra o amor,
Afogando os prazeres nessa hora calada.
De repente tu viraste pro canto e dormiste
E minha dor aumentou, no fim da madrugada!
De repente tudo era silêncio e solidão,
E tu... não me disseste nada!
(Aurenice Vítor)
De repente o meu tempo se esgotou
E tu não me disseste nada...
Não te toquei, não te beijei
E já era madrugada.
Tu apenas me olhaste
Triste, frio como o orvalho lá fora.
Noite clara, Lua cheia,
Madrugadinha... e eu indo-me embora.
De repente meu tempo se esgotou
E tu não me disseste nada...
Não reclamaste minha ausência
Nem minha dor tão calada!
O carinho frio do beijo,
Minha falta de desejo,
Tudo culpa dessa vida infame,
Daquele álcool ingerido,
Do telefonema anônimo
Que tu já havias esquecido.
Tudo conspirando contra o amor,
Afogando os prazeres nessa hora calada.
De repente tu viraste pro canto e dormiste
E minha dor aumentou, no fim da madrugada!
De repente tudo era silêncio e solidão,
E tu... não me disseste nada!
sábado, 9 de julho de 2011
TRISTE
(Wilson Gonçalves da Silva)
Bem que gostaria
De falar em alegria
E fazer alguém sorrir!
Mas não adianta tentar,
Pois algo irá me faltar,
Não vou conseguir!
De que vale a utopia,
Falsa alegria e sonhos banais?
Soma em teus dias, tuas fantasias
Então tu verás, as dores são mais!
Por que o palhaço
Pinta o rosto e adorna o nariz?
É para esconder o desgosto
E fingir que é feliz!
Na roseira deu espinhos
O sol tem seu ardor
Em meus caminhos de escombros
Não encontro o amor!
Gemendo e chorando
A minha cruz vou carregando
Até chegar ao fim
Desta vida de labor!
(Wilson Gonçalves da Silva)
Bem que gostaria
De falar em alegria
E fazer alguém sorrir!
Mas não adianta tentar,
Pois algo irá me faltar,
Não vou conseguir!
De que vale a utopia,
Falsa alegria e sonhos banais?
Soma em teus dias, tuas fantasias
Então tu verás, as dores são mais!
Por que o palhaço
Pinta o rosto e adorna o nariz?
É para esconder o desgosto
E fingir que é feliz!
Na roseira deu espinhos
O sol tem seu ardor
Em meus caminhos de escombros
Não encontro o amor!
Gemendo e chorando
A minha cruz vou carregando
Até chegar ao fim
Desta vida de labor!
sexta-feira, 8 de julho de 2011
CANTEM OUTROS A CLARA COR VIRENTE
(Alphonsus Guimaraens)
Cantem outros a clara cor virente
Do bosque em flor e a luz do dia eterno...
Envoltos nos clarões fulvos do oriente,
Cantem a primavera: eu canto o inverno.
Para muitos o imoto céu clemente
É um manto de carinho suave e terno:
Cantam a vida, e nenhum deles sente
Que decantando vai o próprio inferno.
Cantem esta mansão, onde entre prantos
Cada um espera o sepulcral punhado
De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos...
Cada um de nós é a bússola sem norte.
Sempre o presente pior do que o passado.
Cantem outros a vida: eu canto a morte...
(Alphonsus Guimaraens)
Cantem outros a clara cor virente
Do bosque em flor e a luz do dia eterno...
Envoltos nos clarões fulvos do oriente,
Cantem a primavera: eu canto o inverno.
Para muitos o imoto céu clemente
É um manto de carinho suave e terno:
Cantam a vida, e nenhum deles sente
Que decantando vai o próprio inferno.
Cantem esta mansão, onde entre prantos
Cada um espera o sepulcral punhado
De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos...
Cada um de nós é a bússola sem norte.
Sempre o presente pior do que o passado.
Cantem outros a vida: eu canto a morte...
quinta-feira, 7 de julho de 2011
A UM POETA
(Antero de Quental)
Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.
Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!
(Antero de Quental)
Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.
Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!
quarta-feira, 6 de julho de 2011
SERENO AMOR
(Marilene Anacleto)
Traz-me luz e quietude
A garoa que me chega,
Nos trabalhos manuais,
Nos dias de luzes acesas.
O movimento sereno,
A pressa da vida desfaz,
Respiração tranqüila, amena,
Recupera-me a energia da paz.
Essa paz que vem de dentro,
De fazer o que se quer,
Vem do movimento do encontro
De cada um com seu Ser.
Então cresce e contamina
Nos bolos de chuva da tarde.
Chega ele com um quente vinho
Abraços do amor que extravasa.
(Marilene Anacleto)
Traz-me luz e quietude
A garoa que me chega,
Nos trabalhos manuais,
Nos dias de luzes acesas.
O movimento sereno,
A pressa da vida desfaz,
Respiração tranqüila, amena,
Recupera-me a energia da paz.
Essa paz que vem de dentro,
De fazer o que se quer,
Vem do movimento do encontro
De cada um com seu Ser.
Então cresce e contamina
Nos bolos de chuva da tarde.
Chega ele com um quente vinho
Abraços do amor que extravasa.
domingo, 3 de julho de 2011
CORDEL FILOSÓFICO – A SAGA DE ANTÍGONA
(Maria das Dores da Silva)
A história que vou contar
Não é da Idade Média
Vem lá da Grécia Antiga
Na verdade é uma tragédia
Vou tentar contar os fatos
Espero que não me engane
A história quem nos contou
Foi a mestra Regiane
Antígona é a personagem
Desse enredo incestuoso
Filha de Édipo e Jocasta
Teve um destino amargoso
Contado pelo grego Sófocles
Escrito em profundidade
Aborda amor e lealdade
E também dignidade
O destino trágico de Édipo
Não foi o suficiente
Para acalmar os deuses
Que estenderam aos descendentes
A maldição pelo crime
Cometido por seus pais
Então os filhos de Édipo
Nunca viveram em paz
Polinice e Eteocles
Em um gesto tresloucado
Matam-se às portas de Tebas
Por motivos contrariados
Um a favor de Creonte
Rei, tio deles e tirano
O outro contrário ao trono
Foi tido como profano
Creonte dá a Eteocles
As honras de um funeral
Por ser um seu aliado
Tem todo um ritual
Quanto ao irmão Polinice
Por fazer parte do embuste
Fica sem o funeral
Pra ser jogado aos abutres
Vendo o decreto do rei
As irmãs se alucinam
Quais as leis que seguirão
A dos homens ou a divina
Então Ismênia acata
A lei do tio tirano
Antígona desobedece
E segue com outro plano
Antígona dá ao irmão morto
O que diz a lei divina
Um sepultamento honrado
Como os deuses determinam
Creonte ao saber que a lei
Sofrera violação
Resolve punir Antígona
Com cruel condenação
O castigo de Antígona
É morrer emparedada
Será enterrada viva
Por sua audácia atirada
Seu crime foi a piedade
Por seu irmão insepulto
E seguindo as leis divinas
Causou ao rei um insulto
Hemon filho de Creonte
E de Antígona o amado
Pede clemência ao seu pai
Pra sua noiva piedade
Mas o rei com sua empáfia
De fazer seguir as leis
Não liberta a própria nora
E faz valer a lei do rei
Até o sábio Tirésias
Pede que o rei volte atrás
Mas quando o tirano cede
Vê que é tarde demais
Só percebe o que foi feito
Ao ver o seu filho amado
Com o corpo inerte da noiva
No próprio cinto enforcada
De cara a cara com o pai
Hemon o responsabiliza
Pela morte da amada
E rápido se encoleriza
Aponta a espada para o pai
Esse escapa, com efeito,
Hemon volta a sua espada
E crava no próprio peito
Ao ver o filho sem vida
Caído inerte em seus braços
Creonte grita de dor
E corre para o palácio
Lá encontra sua esposa
Eurídice, agonizando
Ela também se matara
Pela morte do filho culpando-o
O rei amaldiçoado
Entrega-se à própria sorte
O infeliz e culpado
Aguarda a própria morte
E com isso os deuses mostram
Sem nenhuma complacência
Que amaldiçoaram Édipo
Com toda sua descendência
Com essa tragédia Sófocles
Mostra uma grande questão
Qual das leis tem primazia
A humana ou a religião
O que se sabe é que até hoje
Os homens vivem um dilema
Seguem a moral ou a ética
É esse um grande problema
Pra discutir esse assunto
E chegar a uma verdade
Debato com outras pessoas
Na minha universidade
Mas pra concluir o fato
Não tenho sabedoria
E por isso é que me entrego
Com amor à Filosofia.
(Maria das Dores da Silva)
A história que vou contar
Não é da Idade Média
Vem lá da Grécia Antiga
Na verdade é uma tragédia
Vou tentar contar os fatos
Espero que não me engane
A história quem nos contou
Foi a mestra Regiane
Antígona é a personagem
Desse enredo incestuoso
Filha de Édipo e Jocasta
Teve um destino amargoso
Contado pelo grego Sófocles
Escrito em profundidade
Aborda amor e lealdade
E também dignidade
O destino trágico de Édipo
Não foi o suficiente
Para acalmar os deuses
Que estenderam aos descendentes
A maldição pelo crime
Cometido por seus pais
Então os filhos de Édipo
Nunca viveram em paz
Polinice e Eteocles
Em um gesto tresloucado
Matam-se às portas de Tebas
Por motivos contrariados
Um a favor de Creonte
Rei, tio deles e tirano
O outro contrário ao trono
Foi tido como profano
Creonte dá a Eteocles
As honras de um funeral
Por ser um seu aliado
Tem todo um ritual
Quanto ao irmão Polinice
Por fazer parte do embuste
Fica sem o funeral
Pra ser jogado aos abutres
Vendo o decreto do rei
As irmãs se alucinam
Quais as leis que seguirão
A dos homens ou a divina
Então Ismênia acata
A lei do tio tirano
Antígona desobedece
E segue com outro plano
Antígona dá ao irmão morto
O que diz a lei divina
Um sepultamento honrado
Como os deuses determinam
Creonte ao saber que a lei
Sofrera violação
Resolve punir Antígona
Com cruel condenação
O castigo de Antígona
É morrer emparedada
Será enterrada viva
Por sua audácia atirada
Seu crime foi a piedade
Por seu irmão insepulto
E seguindo as leis divinas
Causou ao rei um insulto
Hemon filho de Creonte
E de Antígona o amado
Pede clemência ao seu pai
Pra sua noiva piedade
Mas o rei com sua empáfia
De fazer seguir as leis
Não liberta a própria nora
E faz valer a lei do rei
Até o sábio Tirésias
Pede que o rei volte atrás
Mas quando o tirano cede
Vê que é tarde demais
Só percebe o que foi feito
Ao ver o seu filho amado
Com o corpo inerte da noiva
No próprio cinto enforcada
De cara a cara com o pai
Hemon o responsabiliza
Pela morte da amada
E rápido se encoleriza
Aponta a espada para o pai
Esse escapa, com efeito,
Hemon volta a sua espada
E crava no próprio peito
Ao ver o filho sem vida
Caído inerte em seus braços
Creonte grita de dor
E corre para o palácio
Lá encontra sua esposa
Eurídice, agonizando
Ela também se matara
Pela morte do filho culpando-o
O rei amaldiçoado
Entrega-se à própria sorte
O infeliz e culpado
Aguarda a própria morte
E com isso os deuses mostram
Sem nenhuma complacência
Que amaldiçoaram Édipo
Com toda sua descendência
Com essa tragédia Sófocles
Mostra uma grande questão
Qual das leis tem primazia
A humana ou a religião
O que se sabe é que até hoje
Os homens vivem um dilema
Seguem a moral ou a ética
É esse um grande problema
Pra discutir esse assunto
E chegar a uma verdade
Debato com outras pessoas
Na minha universidade
Mas pra concluir o fato
Não tenho sabedoria
E por isso é que me entrego
Com amor à Filosofia.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
VERSOS ÍNTIMOS
(Vivaldo Bernades de Almeida)
Quisera eu não ter nascido vivo.
Antes eu tivesse nascido morto,
inerte, imóvel, insensitivo,
jazendo a sete palmos, em conforto.
Na fundura, do jeito qu'eu ficasse,
ajustada a tampa do caixão,
ao pó, donde vim, ah... se eu voltasse!
levando comigo a solidão...!
Mas, querer ou não querer pouco importa,
pois, já cheguei ao topo da idade
e estou ciente da falsidade
dos meus sonhos amorosos, das quimeras,
as que, nelas, eu nem pensar quisera,
neste céu que o inferno me transporta!
E, de lá, eu acendo o meu cigarro,
mando aos diabos, da goela, o meu catarro
e nas bocas que me beijam eu escarro!
(Vivaldo Bernades de Almeida)
- Ao poeta Augusto dos Anjos, morto em 1914 -
Quisera eu não ter nascido vivo.
Antes eu tivesse nascido morto,
inerte, imóvel, insensitivo,
jazendo a sete palmos, em conforto.
Na fundura, do jeito qu'eu ficasse,
ajustada a tampa do caixão,
ao pó, donde vim, ah... se eu voltasse!
levando comigo a solidão...!
Mas, querer ou não querer pouco importa,
pois, já cheguei ao topo da idade
e estou ciente da falsidade
dos meus sonhos amorosos, das quimeras,
as que, nelas, eu nem pensar quisera,
neste céu que o inferno me transporta!
E, de lá, eu acendo o meu cigarro,
mando aos diabos, da goela, o meu catarro
e nas bocas que me beijam eu escarro!
Planaltina-DF, 26/06/2011
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