ADORMECIDA
(Castro Alves)
Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
Pra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! - tu és a virgem das campinas!
"Virgem! - tu és a flor de minha vida!..."
Parabéns por postar esta poesia. O Brasil precisa urgentemente dessas iniciativas! Fui criado ouvindo minha mãe cantá-la. Só desconheço o autor da melodia. Mas em breve posta-la-ei no Youtube, com o áudio de então. Espero que curtam.
ResponderExcluirè Castro Alves o auto desse poema.
ResponderExcluirAmo esse poema .... indicado por uma professora de portugues ....
ResponderExcluirDivino ... Castro Alves!
Castro Alves, desde sempre ensinando a fazer saliências. ehehehehehehe
ResponderExcluirBrincadeiras à parte, é um poema muito bonito. É sim uma obra de arte.
Essa poesia é relacionada ao tema juventude?
ResponderExcluirMuitos conhecem Castro Alves apenas por sua poesia abolicionista, mas este poema se remete ao tema do erotismo. Ele faz um grande jogo de metáforas, e se coloca como expectador no último verso. Isso tudo para enganar o leitor já que os "galhos encurvados" seriam suas próprias mãos,ou seja, ele é que estaria atormentando a dama. Creio que não seja um tem ligado a juventude, já que só amantes tinham tanta liberdade com uma moça em pleno século XI.
ExcluirAh Castro Alves ...safadinho...kkk..é perceptível um suave conotação erótica neste poema...
ResponderExcluirAh Castro Alves ...safadinho...kkk..é perceptível um suave conotação erótica neste poema...
ResponderExcluirParabens por postar essa obra prima, toda vez que eu a leio as lagrimas, ha estas sentem vontade de acariciar minha face...
ResponderExcluirParabens por postar essa obra prima, toda vez que eu a leio as lagrimas, ha estas sentem vontade de acariciar minha face...
ResponderExcluirParabens por postar essa obra prima, toda vez que eu a leio as lagrimas, ha estas sentem vontade de acariciar minha face...
ResponderExcluirParabens por postar essa obra prima, toda vez que eu a leio as lagrimas, ha estas sentem vontade de acariciar minha face...
ResponderExcluirMuita lindo o poema amei Parabéns 👏👏💓
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