terça-feira, 7 de setembro de 2010

ESPERANÇA
(Miguel de Cervantes)

Nesta rua jaz minha Esperança,
A quem de corpo e alma adoro;
Esperança de vida e tesouro,
Pois não a tem quem não a alcança.

Se a alcanço, tal será minha andança,
Que não invejo o francês, o índio, o mouro.
Portanto, teu favor galhardo imploro,
Cupido, deus de toda doce folgança.

Que embora seja esta Esperança tão pequena,
De anos apenas dezenove,
Quem a alcance será um gigante.


Cresça o incêndio, pois vale a pena,
Oh! Esperança, ninguém me demove
De estar a teu serviço vigilante.

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