segunda-feira, 30 de julho de 2012


NÃO TE QUERO
(Pablo Neruda)


Quero-te só porque a ti te quero, 
Odeio-te sem fim e odiando te rogo, 
e a medida do meu amor viajante, 
é não te ver e amar-te, 
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro, 
seu raio cruel meu coração inteiro, 
roubando-me a chave do sossego, 
nesta história só eu me morro, 
e morrerei de amor porque te quero, 
porque te quero amor, 
a sangue e fogo.

Nega-me o pão, o ar, 
a luz, a primavera, 
mas nunca o teu riso, 
porque então morreria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário