(Olavo Bilac)
Rita Rosa,
camponesa,
Tendo no dedo um
tumor,
Foi consultar com
tristeza
Padre Jacinto
Prior.
O Padre, com gravidade
De um verdadeiro
doutor,
Diz: "A sua
enfermidade
Tem um remédio: o
calor...
Traga o dedo
sempre quente...
Sempre com muito
calor...
E há-de ver que,
finalmente,
Rebentará o
tumor!"
Passa um dia.
Volta a Rita,
Bela e cheia de
rubor...
E, na alegria que
a agita,
Cai aos pés do
confessor:
"Meu padre!
estou tão contente!...
Que grande coisa
o calor!
Pus o dedo em
lugar quente...
E rebentou o
tumor..."
E o padre: "É feliz, menina!
Eu também tenho
um tumor...
Tão grande, que
me alucina,
Que me alucina de
dor...
"Ó padre!
mostre o dedo,
(Diz a Rita) por
favor!
Mostre! porque
há-de ter medo
De lhe aplicar o
calor?
Deixe ver! eu sou
tão quente!....
Que dedo grande!
que horror!
Ai! padre...
vá... lentamente...
Vá gozando... do
calor...
Parabéns... padre Jacinto!
Eu... logo...
vi... que o calor...
Parabéns,
padre... Já sinto
Que rebentou o
tumor..."
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