terça-feira, 31 de maio de 2011

QUE SEJA DOCE...
(Caio F. Abreu)

Então, que seja doce...
Repito todas as manhãs,
ao abrir as janelas para deixar
entrar o sol ou o cinza dos dias,
bem assim: que seja doce.

Quando há sol, e esse sol bate
na minha cara amassada
do sono ou da insônia,
contemplando as partículas
de poeira soltas no ar,
feito um pequeno universo,
repito sete vezes para dar sorte:
que seja doce, que seja doce,
que seja doce...e assim por diante.

Mas, se alguém me perguntar
o que deverá ser doce,
talvez eu não saiba responder...
Tudo é tão vago
como se não fosse nada.

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