quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

SINA
(Vivaldo Bernardes de Almeida, ao poeta Joésio Menezes)


Conforma-te, poeta, o verso não te cansa.
Inútil teu trabalho e futres tuas dores,
a quem não te compreende, a quem não te alcança,
a quem não vive a vida e nunca teve amores.


Mas tu que vais buscar o universo inteiro,
escuta o coração que pulsa em descompasso,
fazendo-te sofrer eterno cativeiro,
e escreve mais mil versos, um a cada passo.

Terás, assim, cumprido a sina que te cabe,
abrindo a tua alma em plena ebulição,
valendo nada a vez de quem disso não sabe.

A tinta que foi gasta ao fazeres o verso,
é sangue que circula e vem até à mão,
passando ao papel inteiro o Universo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário