quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O POETA E O ESCRAVO DE TERNO
(Vanilson Reis)

Cada dia que passa
Eu na praça sem graça
Mais uma decepção
Como sombra e colírio,
Mas eu rio e choro
Feito engenho de cana.
Sempre haverá palhaçada
Entre a plebe e a corte
Para a funilação do gosto
E o aproveitamento da saliva.
O povo me assiste
Eu platéia e ele artista.
Veja! O povo sério
Em minha frente, hoje...
Parece um sonho esse dia,
Mas democracia é isso:
A grama e pedregulho,
Na mesma vasilha de lixo.
Aqui está o memorando
De minha fiel desistência,
Não tem valor jurídico nenhum
É apenas um documento amarelado
Surgido na alma e no brilho dos olhos
Eu sou um poeta, e Vossa Excelência
Um homem escravo do terno.

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