sábado, 7 de agosto de 2010

FORÇA DAS ÁGUAS
(Lília Diniz)

Esse espírito que
navega da nascente
às ribanceiras
entre matas
pedras, redes,
alimenta a poesia
nos sonhos
das lavadeiras.

As do rio
se renovam
naqueles braços de mar
pois cada dia é um rio
diferente a passar.

As dos poços
e açudes
de molho pegam a
sonhar.
Versos
arrebentam
das trouxas,
das espumas,
do olhar.

De sonhos
elas entendem
lavam todos,
todo dia
e botam
de quarador
na pedra
do meio dia,
ensaboam,
lavam,
enxáguam
em bonitas
melodias!...

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