(Marly Bastos)
Boceja a aurora dourada, senhora do despertar,
Boceja os sonolentos na hora de levantar.
Boceja a lágrima espremida, no abrir gostoso da
boca,
Boceja a idéia de se fazer alguma coisa louca.
Boceja a canção de ninar que fica meio sonâmbula,
Boceja a estrela na noite fria e trêmula.
Boceja o leito depois de momentos loucos de
felicidade,
Boceja a noite quando dorme a cidade.
Boceja o desejo incontido quando saciado,
Boceja a ausência de um amor esperado.
Boceja os amantes depois de uma noite insone,
Boceja a dor na barriga de quem tem fome.
Boceja a semente pronta pra germinar,
Boceja a poesia que logo vai cadenciar.
Boceja cada pedaço de tempo esperado,
Boceja a voz que por muito tem se calado.
Boceja o segredo que não se pode contar...
A vida parece um eterno bocejar!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário