quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

VELHICE
(Ângelo D’Ávila)

Quem bate? - Sou eu, a velhice, posso entrar?
- Eu não sei quem és, a janela está trancada,
na minha casa só disponho de lugar
para abrigar pessoa amiga ou bem-amada.

- Não importa, abre a janela, somente vim
reclamar minha parte por direito, entende?
Não quero mais que isso, reclamo para mim
o que me pertence no teu corpo, compreende?

- Abro não! Como podes tu com sovinice,
com ousadia e com esse nome de velhice,
querer como uma ladra entrar pela janela?

Abro não!... mas de mansinho chegou a idade,
entrou pela porta com a chave da verdade
e tirou do meu corpo a parte que era dela.

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