segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

SONETO DA FELICIDADE
(Odylo Costa Filho)

Não receies, amor, que nos divida
Um dia a treva de outro mundo, pois
Somos um só, que não se faz em dois
Nem pode a morte o que não pode a vida.

A dor não foi em nós terra caída
Que de repente afoga, mas depois
Cede à força das águas. Deus dispos
Que ela nos encharcasse indissolvida.

Molhamos nosso pão cotidiano
Na vontade de Deus, aceita e clara,
Que nos fazia para sempre um.

E de tal forma o próprio ser humano
Mudou-se em nós que nada mais separa
O que era dois e hoje é apenas um.

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