terça-feira, 31 de dezembro de 2013


NA VIRADA DO ANO
(Joésio Menezes)

Mais um ano que se finda
E eu não cumpri, ainda,
As promessas do ano passado.
Mas nada que possa impedir
O Deus-Pai de ouvir
Meus pedidos renovados...

Aproxima-se um novo ano
E continuo fazendo planos,
Como fiz ano passado.
E tenho fé em Deus
Que alguns sonhos meus
Serão um dia realizados.

E mesmo qu’eu não peça nada,
No momento da virada
Deus estará ao meu lado
Para guiar-me pelos caminhos,
Ora de flores ora de espinhos,
Por Ele já traçados.


PARA O ANO NOVO, DESEJO QUE...
(Alvaro Socci)

"...se for pra fazer guerra, que seja de travesseiro;
Se for pra ter solidão, que seja no chuveiro;
Se for pra perder, que seja o medo;
Se for pra mentir, que seja a idade;
Se for pra matar, que seja a saudade.

Se for pra morrer, que seja de amor;
Se for pra tirar de alguém, que seja sua dor;
Se for pra ir embora, que seja a tristeza.

Se for pra chorar um dia, que seja de alegria;
Se for pra cair, que seja na folia;
Se for pra bater, que seja um bolo;
Se for pra roubar, que seja um bolo;
Se for pra matar, que seja de desejo."


sexta-feira, 11 de outubro de 2013



FOTOGRAFIAS
(Joésio Menezes)

À espera do meu olhar faminto
E cheio de desejos descarados,
Tuas fotos são como o labirinto
Que nos leva a caminhos complicados.

E tudo que nessa hora eu sinto,
Faz de mim um ser clique aqui desajuizado
Que age somente pelo instinto
Toda vez que se encontra excitado.

Sei que são apenas fotografias
Inertes nalgumas molduras frias,
Mas elas instigam minha libido.

São fotos simples, cujo conteúdo
Revela-me o teu pudor desnudo
E causa-me desejos atrevidos.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

QUADRILHA
(Joésio Menezes)
  
Chegaram as festas juninas.
Tem quadrilha pra todo lado:
Tem aqui em Planaltina
E na Câmara dos Deputados.
Mas, a maior quadrilha que já se viu
Não está no nordeste do Brasil,
Está lá dentro do Senado.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O AVESSO
(Patrícia Ximenes)

Tem dias que acordamos cedo porque
o sono cansou de dormir...
Tem dias que saímos de casa porque
o cômodo tornou-se desconfortante...
Tem dias que xingamos demais porque
a educação nunca manda lembranças...
Tem dias que a saudade está tão absurda que
o melhor a fazer é provocá-la...
Tem dias que o amor é tão grande que
a vontade de testá-lo vem à tona...
Tem dias que queremos ser tanta coisa que
o melhor a fazer é sermos os mesmos...
Tem dias que escrevemos coisas que
nem sempre sabemos o porquê...
Tem dias que até pensamos seriamente que
podemos sim, mudar...
Tem dias que temos certeza de que
mudar é tão difícil...
Tem dias que lutamos para que
nos tornemos sempre pessoas melhores...
Tem dias que pensamos que
poderiam ser melhores conosco...
Tem dias que
deveriam
ser noites...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A FOTO
(Daniel Guimarães)


Se for nítida, é inteligível.
Se for escura não tem graça de se ver.
Se for clara, me cega.
Se for feia, não quero nem saber.
Se misteriosa, logo perde a graça.
Se rara, quero muito ter.
Se desfocada me abstraio.
Se antiga, a observo desfazer.
Se digital, ignoro os detalhes.
Se de criança, espero-a crescer.
Se revelada, a ponho ao contrário.
Se enigmática, fico sem saber.
De tantas fotos, tantas elas,
é difícil escolher...
todas elas muito belas,
nem sei quais eu quero ter.
Tantas fotos tantas suas,
logo a que fui viver,
uma escolha inteligente:
nunca irei me arrepender.
vida minha, foto nossa,
vida nossa a nascer.
como é bela a nossa vida,
e o amor nosso a crescer.

domingo, 21 de abril de 2013

O TRAÇO EQUIVOCADO DO ARQUITETO

(Nicolas Behr)

O traço equivocado do arquiteto
é superfície,
papel oficio é superfície,
a superfície da catedral
é superfície,
grama também é superfície,
a solidão da superquadra
é superfície,
o volume do bloco é superfície,
o lago Paranoá, mesmo seco,
é superfície.

Brasília é superficial...


PARABÉNS, BRASILIA!